Sou o rapaz bolha. Sim, vivo numa bolha. Uma bolha minha, só minha, onde a água rodeia-me e sou incapaz de ver a minha própria mão. Deixo-me fluir entre a água à espera de uma resposta, mas estou estagnado, doente e a água está turva. Eu gostava de viver na água mas fartei-me porque tu vivias comigo - respiravas o meu ar - bolhas de ar, água, de ti; e agora? Virei turvo, carrancudo - se tu soubesses. Um dia teria de acabar não é verdade? Poderias ter esperado mais, mas és repentina. Tiraste-me o fundo e levantaste a rolha. Já não sou nenhum rapaz bolha, mas um homem numa banheira vazia.
Se ao menos pudesse dormir para sempre. E.B
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3 comentários:
ai, as coisas que este texto diz...
Porque será que os vossos textos me parecem sempre quadros da minha (ir)realidade? [Porque são escritores!]
hoje não deixo beijos para não passar a gripe.
aceno-vos
É mesmo isso. Há situações em que nos sentimos dentro de uma bolha, e que ao partilhar esse mesmo espaço com alguém nos sentimos sufocar, mas na verdade se nos conseguirmos libertar da bolha, o que nos espera é uma banheira completamente vazia... a alternativa não é lá grande coisa.
Bjs.
venho dar-te também um pouco do abraço do Gonçalo. acho q tb precisas de um Gonçalo. Gosto de ti e quero dar-te um pouco deste abraço. A ver se a banheira se enche de água quente para relaxares.
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